sábado, 27 de outubro de 2018

Não seja o primo corno

Li, numa dessas discussões, que eficiente é aquele ~debate~ que convence o outro a mudar de ideia. Nesse momento está bem difícil conseguir um debate eficiente, não porque os argumentos sejam ausentes, porque há uma “ignorância seletiva” tão vil, tão feroz… é assustador! As pessoas têm mostrado que só escutam o que querem e só vêem pela perspectiva que lhes é conveniente. Não sei se isso ocorreu antes, e eu não tinha consciência do mundo, mas ainda consigo me impressionar com o quanto as paixões CEGAM. Sabe aquele seu primo que é traído, mas recusa-se a crer nas peripécias de sua amada, mesmo após as provas cabais? Mostram foto e ele diz que foi um mal entendido. Contam que viram, ele diz que é inveja. Mostram vídeo, ele diz que é montagem… Todos já lamentaram, gastaram suas energias - demonstrando que o relacionamento do não o trará bons frutos-, e até mesmo divertiram-se às custas dos sofrimento do querido familiar. Mas ele sabe apenas render-se aos encantos sedutores da algoz de sua confiança. Tá cheio de primo corno por aí! Muito provavelmente, essas pessoas não aguentarão ler até aqui. Antes de se permitir ouvir os novos argumentos, colocarão nossos conhecimentos em cheque, minimizarão nossas experiências e, talvez, tentarão nos desqualificar e ridicularizar. Sob a ótica do início, de fato, não é uma discussão eficiente. Mas essa manifestação não dirige-se somente a essas pessoas. Até porque, bem possivelmente, elas não terão discernimento e compreensão para tal. E, caso o tenham, seletivamente, optarão por não o utiliza-lo. As mensagens nas discussões às quais me referi, em sua maioria, destinam-se a você que ainda recusa-se a crer que essas pessoas vejam sentido no que está errado, a você que consegue compreender que tem corresponsabilidade com a vida do próximo,a você que entende que há valores que são inegociáveis e, especialmente, para que você saiba que não está sozinho! Você é daquelas amizades que sabem que caso seu primo continue naquele relacionamento, será infeliz. Você o alerta sempre com muita prudência e responsabilidade, até porque você sabe que aquele relacionamento é autofágico e não se sustentará! Você tem consciência que aquela relação não se terá sucesso, mas não deixa de temer os efeitos nocivos que ela deixará de legado. E é justamente por essa consciência que você não deixará de alertar. Amigo, estou aqui para te dizer que há sofrimento por vir, mas, juntos, vamos superar! Ajudar o outro a dormir abraçado com a esperança e ter a disposição e convicção disso é ato da maior eficiência, na vida em sociedade. Não seja o primo corno. Abra seu coração e, especialmente, use sua racionalidade.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Contentamento descontente

“É um contentamento descontente. É dor que desatina sem doer”. É amor, paixão?! Sim. Não só minha. Mas, de milhares de brasileiros.


Ver o São Paulo voltar em grande estilo à Copa do Brasil é lindo, animador, excitante e outros tantos adjetivos que só designam alegria e um sentimento extremamente feliz.


Mas, ao mesmo tempo que a alegria tomava conta de mim ao ver “Lucas e Companhia” passeando pela Paraíba, passando fácil pelo 13, dava uma vontade de pedir: Pára, Lucas! Deixa eles fazerem um golzinho.


Uma das coisas mais belas da Copa do Brasil é levar ao encontro do torcedor, especialmente o Nordestino, os seus ídolos que, normalmente, tão longe dão seu show.


Lindo quando Fernadinho, ao fazer o terceiro tento tricolor foi comemorar junto da torcida. Lindo quando em 2010, Diego Sousa ao marcar pelo Palmeiras contra o Flamengo do Piauí, foi ao encontro dos torcedores palmeirenses do Piauí. Eu estava lá e mesmo não sendo palmeirense, me arrepiei.


No entanto, é de doer o coração ver a gritante diferença técnica entre os “times grandes” e os meros coadjuvantes –não só nordestinos- de todo o Brasil.

Em uma nação que leva a alcunha de “País do Futebol”, esperaria se que tal esporte fosse levado a sério. Mas, não. É assim com o futebol e com todos os outros esportes.

O que dói mais ainda é ver que até nessa alternativa, que nos serviria como válvula de escape de todas as mazelas político-sociais às quais somos vítimas, a política interfere e deixa suas marcas à medida em que quem paga mais, recebe os visitantes ‘mais ilustres’ e que à beira dos gramados os profissionais ligados ao esporte dividem espaço com ‘pessoas importantes’. Puro tráfico de influência.

Os jogadores do Treze, e de todos os outros clubes ‘pequenos’, não têm culpa de terem que trabalhar feito condenados para sustentar a família, e ainda assim, arranjar tempo para cuidar de parte física e agüentar correr o suficiente para disputar uma bola com um Lucas da vida.

Além do Poder Público ainda não ter despertado para a real importância do Esporte, falta à iniciativa privada a inteligência suficiente para perceber o quão lucrativo pode ser agregar marcas a nomes do Esporte.


E para a torcida o que fica? A falta de interesse, totalmente justificável, pelos clubes locais e a esperança de ver os ‘times grandes’ virem mais uma vez ao seu encontro e dar o gosto de, ao menos uma vez na vida, presenciar - e comemorar com toda a potência que a garganta permite- um gol do time do coração.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Catando cerejas

Na última semana, o técnico Muricy Ramalho deu adeus ao Palestra Itália. A atuação do carrancudo treinador não vinha agradando a torcida alviverde, isso é fato.


Foto de Raoni Barbosa

Foram 6 meses, 34 jogos, 13 vitórias, 11 empates e 10 derrotas. De fato, uma campanha que nem de longe lembra o feito conseguido apenas pelo mesmo treinador. Tri Campeão brasileiro por três anos consecutivos,feito único.Em toda sua carreira, o treinador conquistou 3 títulos brasileiros e 5 estaduais.

Pois bem, a viagem de hoje começa por aí. Mesmo com uma carreira ímpar,alguns meses de derrotas, uma fase ruim, põe toda uma relação a perder.

Assim como ocorre conosco, não-treinadores de futebol,mas estudantes, estagiários, filhos, amigos, namorados,irmãos... e dezenas de outras funções sociais que assumimos ao nascer.

Por mais que nos esforcemos sempre pra acertar, por mais que acreditemos estar fazendo as coisas certas, por mais que façamos de tudo para que tenhamos uma postura inquestionável, por mais que nossas vidas sejam sempre bem lembradas como bons referenciais. Basta um pequeno deslize. E vários dedos estarão apontados em nossa direção.

Não importa.Eles estarão sempre de plantão, esperando sua topada.E quando você levantar, ficará sabendo, por meio dos mesmos dedos, que você não fez mais que sua obrigação. É mentira?!

A vida é isso mesmo.Altos e baixos, erros e acertos, compassos e descompassos. Como aprender sem essas irregularidades?

Devagar, você está indo bem
Você não pode ser tudo que você quer ser antes do seu tempo.Tão ruim, mas é a vida que você leva
Você está tão adiante de si mesmo que você esqueceu o que você precisa.
Apesar que você pode ver quando você está errado
Você sabe, você não pode sempre ver quando você está certo
"*

Não é assim?!

Então, por que se apegar a um ato só para "julgar" alguém?
Quem somos nós para nos atrever a atribuir juízos de valores a atitudes alheias?

É como dizer que um bolo está ruim porque não gosta da cereja que está ali na ponta.
Não compensa.



Ia deixar de provar só por causa da cereja?


Pois bem, o que nos resta, é ir 'catando cerejas'.Não se privar de provar novas e deliciosas receitas, por um mínimo detalhe que as mesmas possuam.

Entre doces e amargos, o gosto da vida delineia-se, cabe a nós, experimentar todas as nuances que nos são proporcionadas.E aproveitar o gosto 'doce' que fica.

#Ficaadica

*Trecho de Vienna, de Billy Joel.

sábado, 28 de novembro de 2009

Batatas Fritas!




Adooro batata frita!
Aliás, quem não gosta?

É ótimo, com bastante sal se tiver um pouquinho de catchup... e com uma coca-cola bem gelada?!

Hmmmmmm.... ô Delícia!

Numa dessas tardes em que se está sozinha em casa e a fome vem, a falta de alternativas na despensa me sugeriu uma idéia; Batatas Fritas!

O prato, por mais simples que aparente ser, é uma maravilha, rápido, bem bacana!

Pois é...só que dá um trabalhinho fazer batata frita!

Você pode cozinhá-las um pouco antes, pra que elas não fiquem tão duras, e pra que fique mais fácil descascá-las.

Depois de descascadas, as duas ou três batatas, porque maioria delas é bem pequena; cortar, naquele formato de batata frita, e finalmente, frita-las.Jogue-as ao óleo. Bastante óleo!

Você vai passar um tempinho bem bacana em frente ao calor do fogão, mexendo com a escumadeira, para que as batatas não grudem na frigideira...

Depois desse processo, é bom deixar as batatas num prato coberto por um guardanapo ou por algum tipo de papel absorvente, porque a gordura tá dominando!

[Ha Ha Ha!]

Enfim, chega a esperada hora!

Degustar as gorduras trans que estão ali na sua frente.E em menos de 5 minutos...acabou!

Toda aquela trabalheira e em menos de cinco minutos está tudo em digestão!
E detalhe, você ainda vai lavar as louças!

De vez em quando, passagens da vida são como comer batata frita, como degustar chocolates...

Um trabalho, uma beleza, um aroma... marcados pela efemeridade e fugacidade, comum às passagens que compõem nossa caminhada.

Tudo passa. Isso é o mais certo!

Assim são as raivas, os amores, as decepções... Você faz tudo direitinho, na ordem, conforme a receita, pra depois, limpar sujeira que fica. Pra depois lavar as louças.

Resta então degustar cada pedaço, aproveitar o gosto oferecido por cada grãozinho de sal, aprimorar, aprender os truques para que da próxima vez, a batata fique mais crocante, mais sequinha e com menos gordura.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Laranjas do R.U

Todos os dias, lembro de comentar o quanto me apraz a vida de universitária.
A convivência, os problemas típicos das instituições públicas, os trabalhos...

O restaurante universitário é uma atração a parte.

O preço acessível, a fila gigantesca e a distribuição de forma racionada da comida muito bem o caracterizam.

Algo que sempre me faz viajar, no meu querido R.u, são as laranjas.

Nunca aprendi a escolher as melhores.
Dizem que as amarelas, da casca grossa são as mais doces e suculentas.

Comigo também não funciona!

Mas, o fato é que lá há sempre laranjas belíssimas, com cascas mais do que espessas, amareeelas, quase douradas.
[Não é para tanto, mas Ok! Licença poética!]




Belas laranjas!

Depois do almoço, algo doce sempre cai bem. Então, aproveitemos a oferta da fruta!

O chato é que quase sempre eu me frustro.

Antes, eu até tentava descascá-la e comê-la como se faz, quase que tradicionalmente, dividindo-a em duas partes.

Adaptações a parte, mesmo após o stressante processo de corte, por vezes ainda me deparava com algo ainda mais decepcionante.

Laranjas secas, sem suco,ou amargas, estragadas, escurecidas...

Pois bem...

Meio a meus devaneios,consigo ver seres humanos como laranjas do R.u.

Sim!

Franjas pranchadas, ostensivos sorrisos postiços, bochechas rosadas...Inúmeros adornos e penduricalhos tentam desviar o foco de nossos olhos, do que realmente deveríamos enxegar, para esta beleza perecível.

Não consigo comparar, se é igual ou superior, a sensação de desapontamento ao ouvir, hipocritamente, que o que realmente importa é a Beleza Natural.

Hmmm... Será que realmente existe paciência para sair descascando todas as laranjas, saber se estão apetecíveis, e pontualmente doces ?

Sinceramente, acho difícil.

Não acho por achar, mas por ver, e apreender, que o que realmente é valorizado é essa "Beleza" que desce pelo ralo, quando,permita-se ler metaforicamente, nos limpamos.

Adjetivos e ovações são, infindávelmente, conferidos aos Belos de hoje.

E quem pensa, quem nos acrescenta algo útil, quem tem capacidade de mudar nossa situação?

Não que estes não sejam valorizados, mas sejamos francos, não o são devidamente.

Afim de tomar um suco?

É necessária bastante força pra conseguir quantidade suficiente de polpa aproveitável.

Com adoçante ou açúcar?

Medo de engordar?

Ah... Desculpa!

Queria só a parte saudável e nutritiva. Tenho me alimentado tão mal, meu colesterol deve estar exorbitante.

domingo, 27 de setembro de 2009

Doce Fuga

Meus irmãos não gostam de ganhar chocolates no aniversário.Não que eles não gostem dessa maravilha negra, por vezes branca, doce e suculenta.

Mas, sempre reclamam de sua curta longevidade.

É. Dependendo do prisma observado, é uma reclamação plausível.

Há dois dias no ano para ser presenteado, e em um deles você ganha uma lembrança que acaba rapidamente,que provavelmente não vai desfrutá-lo sozinho, e ainda corre o risco de ter reações intestinais desagradáveis.

É,de fato, poderia ser melhor.

Mas, calma lá.Ainda há outras pesperctivas.

Camisas, livros , cds... Também são perecíveis. Claro, que num maior prazo de tempo, mas, não deixam de nos abandonar um dia. E o que fica deles?

As sensações, os efeitos em nós instigados, as associações feitas a quem nos presenteou ou a situações proporcionadas pelos mesmos.

Dizem por aí, que doces são a síntese de todas as sensações boas que a vida pode nos oferecer. E olhando por essa ótica, pra quê um presente melhor?

Mas, o fato é que todos os presentes tornar-se-ão lembranças.

Assim como todas as passagens em nossa Vida.

Ok. Tudo um dia vai ser uma vaga reminiscência.E afinal, o que vale então?
Reduzir tudo a um papel de bombom ou mastigar cada pedaço sentindo todas as nuances ali possíveis? Ora, reduzirão-se a "nada" daqui a pouco!

Eis o X da questão.

Apegamo-nos sempre a sensações, a prazeres efêmeros, a fugazes momentos.

Percebo isso quando deixo de estudar pra perder tempo na internet,quando troco aquela leitura altamente enriquecedora por alguns minutos ficando surda com o fone nos ouvidos, quando como margarina delituosamente e sei que os cravos do meu rosto vão agradecer e meu colesterol vai ser um vilão de minha saúde em alguns anos.

Tuuudo errado. E, o pior, eu sei disso.

Mas não, eu prefiro ir destruindo minha , já escassa, inteligência, minha audição, minha saúde...Me apraz de forma mais intensa ser auto negligente.

Parabéns!

Mas, tudo bem.Coloquemos a cabeça pra fazer jus a sua utilidade, e aproveitemos os doces a nós oferecidos.

Vai um chocolate aí?


[À Aline, que me é sempre um doce, altamente saudável.
E, que ao ler meus textos, nutre sempre meu ego e me dá mais vontade de escrever!]

;)

terça-feira, 19 de maio de 2009

Corredor

O longo percurso diário no ônibus sempre me suscita longas, loucas e longiquas viagens.Numa dessas, sentada na cadeira mais alta, observava como é chato sentar ao corredor.

Levam seu ombro, invadem seu espaço, não pedem desculpas... E tudo isso, porque você está abençoadamente sentado.

As vezes, você ajuda. Carrega os cadernos, dá um 'Bom dia', conversa... E o indivíduo consegue uma cadeira vaga, ou a parada dele chega. E Obrigada, ou apenas um sinal positivo com a cabeça.

Em alguns ínterins, as vidas, incontrolavelmente, assumem ares de corredores. Algumas pessoas chegam, se aproximam, levam um pedaço de você, você carrega seus "pesos" e elas descem ali na próxima parada. E pronto!

Como assim?!

Pode se tratar de uma "falta de espaço". Mas uma falta de espaço diferente, uma falta de si conjugada a uma estranha necessidade de se encontrar, de se fazer valer meio a toda celeuma.

Em outras circunstâncias é quase desproposital. Mas, algumas situações nos empurram pro que está ali mais próximo,meio que obrigatoriamente à disposição.

E está certo.

Mas, Pôxa vida... Estar "sentado" , pode ser bom, confortável, cômodo. Mas quem disse que é bom ser levado aos poucos, carregar pesos... sentir-se "usada"?

Meio a alguns lapsos, a solicitude da disponibilidade e do favor se confundem com comodismo,indolência e um punhado de egoísmo. Mas fazer o quê? Ele subiu algumas paradas depois, não tem culpa de estar em pé.

Melhor, é sentar na cadeira alta, ao lado da janela. Perceber todas as reações, ser amenizado pelo vento que bate.Não sentir -se obrigado a ajudar, mas mesmo assim o fazer.

Para muitos de nós, nossa cadeira alta é o orgulho, pra alguns a auto -afirmação, a imposição ante os demais, o amor próprio... E pra outros até mesmo o desdém, a indiferença...

Mas, ah... Deixa ele ir ali, porque já tem uma cadeira desocupada. Ou chegamos aos seu ponto [Final?].

;)