quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Contentamento descontente

“É um contentamento descontente. É dor que desatina sem doer”. É amor, paixão?! Sim. Não só minha. Mas, de milhares de brasileiros.


Ver o São Paulo voltar em grande estilo à Copa do Brasil é lindo, animador, excitante e outros tantos adjetivos que só designam alegria e um sentimento extremamente feliz.


Mas, ao mesmo tempo que a alegria tomava conta de mim ao ver “Lucas e Companhia” passeando pela Paraíba, passando fácil pelo 13, dava uma vontade de pedir: Pára, Lucas! Deixa eles fazerem um golzinho.


Uma das coisas mais belas da Copa do Brasil é levar ao encontro do torcedor, especialmente o Nordestino, os seus ídolos que, normalmente, tão longe dão seu show.


Lindo quando Fernadinho, ao fazer o terceiro tento tricolor foi comemorar junto da torcida. Lindo quando em 2010, Diego Sousa ao marcar pelo Palmeiras contra o Flamengo do Piauí, foi ao encontro dos torcedores palmeirenses do Piauí. Eu estava lá e mesmo não sendo palmeirense, me arrepiei.


No entanto, é de doer o coração ver a gritante diferença técnica entre os “times grandes” e os meros coadjuvantes –não só nordestinos- de todo o Brasil.

Em uma nação que leva a alcunha de “País do Futebol”, esperaria se que tal esporte fosse levado a sério. Mas, não. É assim com o futebol e com todos os outros esportes.

O que dói mais ainda é ver que até nessa alternativa, que nos serviria como válvula de escape de todas as mazelas político-sociais às quais somos vítimas, a política interfere e deixa suas marcas à medida em que quem paga mais, recebe os visitantes ‘mais ilustres’ e que à beira dos gramados os profissionais ligados ao esporte dividem espaço com ‘pessoas importantes’. Puro tráfico de influência.

Os jogadores do Treze, e de todos os outros clubes ‘pequenos’, não têm culpa de terem que trabalhar feito condenados para sustentar a família, e ainda assim, arranjar tempo para cuidar de parte física e agüentar correr o suficiente para disputar uma bola com um Lucas da vida.

Além do Poder Público ainda não ter despertado para a real importância do Esporte, falta à iniciativa privada a inteligência suficiente para perceber o quão lucrativo pode ser agregar marcas a nomes do Esporte.


E para a torcida o que fica? A falta de interesse, totalmente justificável, pelos clubes locais e a esperança de ver os ‘times grandes’ virem mais uma vez ao seu encontro e dar o gosto de, ao menos uma vez na vida, presenciar - e comemorar com toda a potência que a garganta permite- um gol do time do coração.